Saber sobre as propostas dos candidatos à prefeitura para a mobilidade urbana é essencial na hora de escolher o seu candidato.
*Por Paula Faria
É preciso analisar como os candidatos estão abordando a mobilidade urbana e qual é a perspectiva da mobilidade inteligente nas cidades.
Em tempos de eleições, é necessário refletir sobre a maneira com que a mobilidade urbana é tratada em planos de governo e quais são as perspectivas e soluções abordadas pelos candidatos para um setor que é tão substancial para o funcionamento pleno de uma cidade. Pensando nisso, é preciso estabelecer que a mobilidade inteligente não é aquela que apenas investe em tecnologia ou na ampliação de serviços existentes e entender como os cidadãos se locomovem pelo espaço urbano e quais maneiras podemos otimizar essa locomoção.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, o eixo de mobilidade passou a contar com inúmeros aplicativos voltados para a locomoção urbana, além de novas maneiras de realizar o mapeamento e a gestão do transporte público. Em paralelo a esse desenvolvimento, novos modelos de locomoção se popularizaram e, cada vez mais, as pessoas passaram a utilizar bicicletas, patinetes e outros meios de transporte para a sua locomoção diária.
PAPEL DOS PLANOS DE GOVERNO
Refletindo sobre o papel que os planos de governo possuem para a atuação dos candidatos, é necessário examinar qual é a função da mobilidade urbana para uma cidade. Discutir mobilidade e acessibilidade engloba questões sobre a redução de congestionamento e a qualidade da locomoção e, fundamentalmente, a inclusão social.
Nesse sentido, é com base na disponibilidade dos diferentes modais que a população poderá acessar oportunidades, cultura e lazer. A mobilidade exige, portanto, responsabilidade muito grande dos governantes em desenvolver políticas públicas que garantam não apenas melhorias tecnológicas e aumento da frota como também o direito da população de ir e vir.
MOBILIDADE E SAÚDE
É fundamental, ainda, o entendimento dos impactos da pauta em todo o ecossistema, visto que as questões da mobilidade urbana também se relacionam com os impactos na saúde das pessoas, interferindo diretamente nos custos dos governos e também das empresas. As consequências socioeconômicas e ambientais requerem seriedade no desenvolvimento das logísticas e na implementação dos planos para a mobilidade.
Portanto, esse tema exige debate responsável com os mais variados atores, sobretudo a sociedade civil e os atuais e futuros gestores públicos, com o objetivo de atender às demandas da população no contexto das necessidades de cada localidade.
Porque uma coisa é certa: mobilidade urbana eficiente deve ser pautada por um plano de governo efetivo e que resulte na implantação de novas tecnologias, farta oferta de modais, refletindo em mais qualidade de vida para as pessoas.
VISÃO INTEGRADA
Lendo os planos de governo dos principais candidatos, é possível perceber que, apesar da abundância de medidas para o eixo de mobilidade, ainda falta uma visão integrada do que significa a locomoção no espaço urbano e que garanta a continuidade dos projetos de mobilidade como política pública da cidade. É preciso entender como as pessoas se locomovem e, só depois disso, encurtar distâncias, garantir diferentes meios de locomoção e assegurar a qualidade no deslocamento.
É por isso que discutir cidades inteligentes é essencial para o desenvolvimento de políticas que utilizam tecnologia e inovação para melhorar os serviços e, ainda, levam em consideração o fator humano para tornar as cidades cada vez mais inclusivas e sustentáveis.
*Paula Faria é CEO da Necta e idealizadora do Connected Smart Cities e Mobility
Fonte: Mobilidade Estadão