Como foi desenvolvido o Ranking connected Smart Cities que será apresentado no dia 08 de setembro no Connected Smart Cities & Mobility Digital Xperience

Quando a Necta decidiu fazer uma plataforma para Cidades Inteligente no País em 2014, nossas pesquisas sobre o tema indicavam a necessidade de criar um estudo norteador- para isso, convidamos a Urban Systems para fazer parte do projeto, uma vez que eram responsáveis pelo desenvolvimento do Ranking Melhores Cidades para Negócios em parceria com a Revista Exame.

Com os insights gerados nestes encontros e com os conhecimentos obtidos nas pesquisas de âmbito internacional e a experiência da empresa em inteligência de dados para cidades, deu-se início à adaptação de um modelo de ranking que mensurasse os critérios que elencam as principais teorias de cidades inteligentes, com o objetivo de contribuir com as cidades brasileiras em suas evoluções em prol da qualidade de vida dos cidadãos e da sustentabilidade em seu contexto mais amplo, auxiliados pelas novas tecnologias.

Com isso, a Equipe Urban Systems estudou todas as publicações e destrinchou os indicadores, fontes de informações e conceitos a fim de identificar a viabilidade de uso de cada conceito ou indicador em território nacional no nível municipal da informação.

Os processos de pesquisas, acadêmicas ou não, passam por um período longo de coleta de dados, validação e transformação dos mesmos em informações relevantes. Diversos indicadores utilizados em pesquisas internacionais não estão disponíveis em nível municipal, ou não se aplicam a esse modelo. Outros indicadores avaliados não representam exatamente aquilo que se propõem a avaliar. Após o período de coleta e criação de novos indicadores, através dos dados existentes no acervo da Urban Systems ou gerados através de novas pesquisas, passou-se para a fase de segmentação dos indicadores e avaliação de relevância.

O conceito de smart cities considerado entende que o desenvolvimento só é atingido quando os agentes de desenvolvimento da cidade compreendem o poder de conectividade entre todos os setores. Exemplo disso é a consciência de que investimentos em saneamento estão atrelados não apenas aos ganhos ambientais, como aos ganhos em saúde, que irão a longo prazo reduzir os investimentos na área (atendimentos de saúde básica) e consequentemente impactarão em questões de governança e até mesmo economia.

Outro exemplo é a importância da educação, não apenas como índices básicos de atendimento do serviço e qualidade do ensino, mas o poder que ela possui na formação e reprodução dos potenciais de cada cidade. O entendimento das potencialidades locais e regionais permitem a atração de investidores e a criação de cursos atrelados às cadeias produtivas da região, que irão repercutir na atração de empresas e ampliação dos clusters, bem como possibilitar uma melhoria na condição social, que terá impacto em todos os demais setores.

O conceito leva em conta também a importância da sustentabilidade econômica como base da sustentabilidade ambiental e social, uma vez que entendemos que não é possível que municípios atinjam sustentabilidade ambiental ou social, sem a base de um desenvolvimento econômico que vai garantir uma reprodução dos ganhos nas outras esferas. 

A partir da ideia de uma cidade inteligente e humana, nossos indicadores perfazem os seguintes eixos temáticos: mobilidade e acessibilidade, urbanismo, meio ambiente, educação, saúde, segurança, energia, empreendedorismo, tecnologia e inovação, governança e economia. Nossos indicadores medem questões como infraestrutura, investimentos, qualidade de serviços, disponibilidade de infraestrutura, crescimento econômico e muito mai, sempre em métricas que possibilitem serem comparados entre municípios de porte ou regiões diferentes.

Todos os anos o ranking Connected Smart Cities traz o resultado pelas 5 regiões geográficas brasileiras, e também por porte de municípios: aqueles com população entre 50 e 100 mil habitantes, entre 100 e 500 mil habitantes e as cidades com mais de 500 mil habitantes, proporcionando que as cidades possam se inspirar em soluções viáveis para o seu porte e região em que se encontra, além é claro de conhecer projetos, tecnologias, serviços e planos inspiradores.

O Prefeito de Campinas, Jonas Donizette, na última edição declarou que a partir dos indicadores do Ranking Connected Smart Cities, elegeram como prioridade a elaboração do Plano Estratégico Campinas Cidade Inteligente (PECCI), montando uma estratégia para coordenar as diferentes iniciativas em curso na prefeitura. O prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth, disse não ter dúvidas de que os indicadores do Ranking são fundamentais para que possam perceber na cidade quais as melhores ações a serem desenvolvidas com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento sustentável da cidade. 

O ranking Connected Smart Cities é calculado por meio de metodologia da Urban Systems chamada de IQM – Índice de Qualidade Mercadológica, e vocês tem acesso a detalhes dela no relatório completo do estudo disponível nos sites do CSC e da Urban Systems. 

Para saber mais informações sobre o desenvolvimento e resultados do Ranking Connected Smart Cities, clique aqui.

*Paula Faria, CEO da Necta, é idealizadora do Connected Smart Cities & Mobility, Airport Infra Expo, entre outros projetos inovadores. 

Especialista em mercados de cidades inteligentes, mobilidade, aeroportos, segurança pública, PPPs e inovação social, a executiva se destaca, ainda, por fomentar ações voltadas para o mercado corporativo, que envolve temas como a mobilidade corporativa.